Vocação nos tempos atuais

Entramos no mês de agosto, mês vocacional, dedicado as diversas vocações na vida da Igreja. Cada domingo refletiremos sobre uma vocação: sacerdotal, matrimônio (família), religiosa consagrada, leigos e leigas.

Todo cristão batizado tem uma vocação, pois é chamado, pelo seu batismo, a ser sal da terra e luz do mundo. Vocação é um chamado do Senhor, é Deus quem chama e envia. A iniciativa é toda d’Ele. “Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos designei para que vades e produzais frutos e o vosso fruto permaneça” (Jo 15,16).

Toda vocação inclui uma missão. Todos somos enviados pelo Senhor Jesus Cristo Ressuscitado, cada um em seu estado de vida. “Ide e ensinai a observar tudo aquilo que vos ordenei” (Mt 18, 19-20).

No primeiro domingo de agosto, meditamos sobre a vocação sacerdotal. Cada padre age in persona Christi, na pessoa de Cristo. O padre é ordenado e atualiza a vida de Cristo nesta terra: consagra a Eucaristia, absolve os pecados no sacramento da confissão, prega, batiza, unge os doentes, auxilia e ajuda com os meios da salvação a todos os fieis na busca da santidade.

Toda vocação tem seus desafios, ainda mais nos tempos atuais. Jesus já havia alertado que enviava seus apóstolos como cordeiros em meio a lobos. Os desafios do mundo e da sociedade atual são muitos. Temos dentre eles: o individualismo, o afastamento de Deus, o egoísmo, mau uso das redes sociais, materialismo, ateísmo, ideologias contra Deus, a Igreja e a vida humana. Os ataques a Igreja e a Cristo estão latentes nas cátedras universitárias e nas instituições de ensino dos adolescentes e jovens, tudo isto para tirar Deus da vida das pessoas. Mas os inimigos de Cristo e da Igreja trabalham em vão. Nunca serão mais que Deus e as forças do mal não maiores que a luz de Deus.

A vida de uma pessoa que se consagrou a Deus como sacerdote ou religioso, diante destas realidades, tem de ser aquela de ter convicções firmes. Saber em quem colocamos nossa fé e a quem nos entregamos para sempre: Jesus Cristo. Faz-se necessário buscar cada vez mais uma coerência na vocação. Mais do que palavras as pessoas de hoje necessitam de testemunhas. Para enfrentar este mundo afastado de Deus, o sacerdote deverá ser um homem de profunda oração, seu testemunho de serviço, doação e entrega será um testemunho diante do egoísmo e individualismo atual. O estudo da cultura atual, e do homem hodierno, deverá ajudar o sacerdote a afrontar a cultura de morte, anti vida, e a saber dar razão de sua fé nas circunstâncias atuais.

Enfim, os apóstolos também viveram tempos difíceis em sua época para evangelizar, mas eles não estavam sozinhos. Jesus prometeu que estaria com eles ate o fim dos tempos. Jesus prometeu que as portas do inferno não iriam prevalecer contra a Igreja. Nesta confiança o sacerdote lança as redes, pois Jesus disse aos apóstolos: “Não tenhais medo”. Confiados nestas palavras de Jesus, o sacerdote, continua sua missão confiante de que é apenas um instrumento para a salvação das almas e a edificação da Igreja de Jesus Cristo no mundo atual.

Por Pároco Pe. Carlos Eduardo de Souza Roque