Vocação religiosa: “Vinde e vede”

Foto: Rosangela Santos - Adora Comunicação.com

Vinde e Vede” (Jo 1, 39) Jesus, em sua infinita misericórdia, chamou os que ele quis, e nesse chamado distribuiu dons e carismas para que todos colocassem a disposição do reino de Deus. Nesse 20º domingo do tempo comum a Igreja volta seu olhar para a Vida Religiosa. “É um dom que a Igreja recebe de seu Senhor e que oferece como um estado de vida permanente ao fiel chamado por Deus na profissão dos conselhos evangélicos. A vida religiosa é convidada a significar, em suas variadas formas, a própria caridade de Deus, em linguagem de nossa época”(CIC 928). Ou seja, são homens e mulheres que doam sua vida para um seguimento mais próximo de Cristo, na radicalidade de seu batismo, se consagrando inteiramente nos votos de pobreza, castidade e obediência.

Contudo, o religioso se define pelo que ele é e não pelo que faz, todo religioso é chamado a ser sinal de contradição nesse mundo corrompido pelo abandono da fé. Sendo fiel aos seus votos, seja qual for sua congregação, devem ser exemplo alegre e caridosos na vida fraterna.

Pelo voto da castidade, é ensinado ao mundo, onde a idolatria do prazer e dos impulsos carnais reinam, que o homem deve ser o senhor de suas vontades e todos devem buscar uma pureza dos seus afetos e relações, buscando no outro e até em seu próprio corpo um templo perfeito do Espírito Santo.

Na vivência constante da pobreza, o religioso é sinal de desapego dos bens materiais, pois a ganância fez morada no coração do ser humano, tudo está voltado para o ter, a vaidade do possuir, querem ganhar o mundo. A pobreza é como um farol para os homens cegos pelo dinheiro, que é preciso desapegar dos bens da terra para aprender a almejar os bens do alto, que não é corrompido pela traça.

O voto sincero da obediência, nos revela a plenitude do ser humano, já que pela obediência total ao Pai, Cristo conseguiu a salvação para todos nós, obediente até a morte e morte de Cruz. Para ser obediente é necessário ter um coração manso e humilde como o de Cristo, como nos custa ser humildes! Ter que abrir mão da própria vontade, de seu ideal, de sua escolha, para está aberto a ouvir um outro, seguir orientações que muitas vezes nos pesa fazer, abaixar a cabeça e dizer sim! O sinal da obediência é a expressão mais pura do agir humano, pois só pode ser realizada, por um coração humilde e sereno.

Portanto, voltemos também, nossos olhares e reverência a todos os religiosos, que buscam em toda sua vida aspiram em cumprir os conselhos evangélicos até realizá-los com plenitude no dia de sua morte. Assim todos nós, que peregrinamos nesse mundo, teremos nos religiosos setas, com seu jeito de vida, setas que nos apontam o modelo de seus votos, Jesus Cristo, aquele que viveu em toda sua vida, a perfeita obediência, a pobreza feliz e uma pureza amorosa pela castidade.

Por Seminarista Wagnei Lima