Dízimo

Coordenadores Paroquiais: Flavio Ruiz Rolli

Dízimo – Contribuir para o crescimento do Reino de Deus

Mediante suas contribuições materiais, os cristãos atestam também sua consciência de que são membros vivos do povo de Deus e co-responsáveis pela missão que Cristo confiou à sua igreja. Estas são verdades recentemente realçadas pelo Vaticano II, cf. Const. Lumen Gentium, c. 2, “Cada cristão, a seu modo, deve colaborar para o crescimento do Reino; ora, uma das formas de o fazer, é contribuir para o sustento material da igreja.”

A partir do momento que conhecemos estas palavras, colocamo-nos a pensar se estamos realizando a vontade de Deus para a construção de seu reino e mais ainda nos preocupamos quando temos em vista as palavras do decreto Apostolicam Actuositatem (nº2), que diz-nos: “Tão grande é neste corpo (da igreja) a conexão e a coesão dos membros, que o membro que não trabalhar para o aumento do corpo, segundo sua medida, deve considerar-se inútil para a Igreja e para si mesmo”

Sabemos que a satisfação e a graça de participarmos da construção do Reino de Deus é insubstituível para os cristãos consciente do amor de Deus por nós. É como compararmos humanamente quando vemos a casa de nosso pai desprovida do necessário e nossos irmãos de sangue passando necessidades. Quando verdadeiramente amamos a Deus e aos nossos irmãos realizamos a partilha com amor.

O que é feito com o dízimo?

Do valor total recebido em cada comunidade, 50% permanece na comunidade para o pagamento das despesas de manutenção, água, luz, telefone, compra de vestes litúrgicas para o padre e ministros, compra de todos os materiais e elementos que são consumidos durante as celebrações da palavra e da santa missa como partículas que serão consagradas (hóstias), vinho, velas, flores para as ornamentações, etc…

O outro 50% é enviado para a igreja matriz da paróquia (Igreja São Pedro e São Paulo), onde junto com os outros 50% de cada comunidade formarão o fundo paroquial. Deste valor são pagas as despesas da casa paroquial, o salário do pároco ajuda nos custos com os seminaristas e também pagamentos de despesas que as comunidades não conseguem suprir com seu fundo de caixa comunitário.

Todos estes valores recebidos são registrados pela pastoral nas comunidades e na matriz pela coordenação paroquial do dízimo e também pelos tesoureiros de cada comunidade e pelo tesoureiro paroquial, e todos os registros dos valores também conferidos com a presença de todos os tesoureiros da paróquia e do pároco no conselho administrativo e financeiro paroquial.

Do valor total que o fundo paroquial recebe a cada mês, 10% é enviado para o fundo diocesano.

Dízimo é consagrado a Deus

Muitos cristãos sabem apenas que a palavra dízimo, em sua expressão lingüística, significa dez porcento, a décima parte, mas desconhecem o sentido fundamental que é o da fé.

(Levítico 27, 30) “Todos os dízimos do campo, seja produto da terra, seja fruto das árvores, pertencem a Javé: é coisa consagrada a Javé”.

(Levítico 27, 32) “Os dízimos de animais, boi ou ovelha, isto é, a decima parte de tudo o que passar sob o cajado do pastor, é coisa consagrada a Javé.”

Reflita: Qual é o seu cajado hoje?

Será que é um computador, ou uma prensa industrial, ou o volante de um ônibus, ou o balcão de um estabelecimento comercial?

Lembre-se que o cajado é o instrumento com o qual o pastor realiza o seu trabalho. Será que você conquistou este cajado sozinho? Este emprego? Esta autoridade? Este conhecimento?

Quando reconhecemos que nosso trabalho é uma dádiva de Deus e que nossas qualidades pessoais e profissionais são dons que Dele recebemos, passamos a ver que dos frutos de nosso trabalho temos que devolver a Deus o dízimo em agradecimento.

Este dízimo passa então de bem material ou financeiro para uma oferta consagrada a Deus e torna-se santo, santificando também, todo o restante dos frutos deste trabalho.

Qual é o fruto do seu trabalho?

A sociedade moderna, hoje dentro das cidades, coloca uma uniformidade no recebimento dos frutos deste trabalho através do pagamento em dinheiro e não mais em recebimento de bens ou produtos da terra como antes. Portanto é sobre este fruto de nosso trabalho que oferecemos o dízimo.

Dízimo pela fé e amor

O dízimo é uma das formas de cada cristão realizar a vontade de Deus em sua própria vida. É um ato profundo de fé e amor, que impulsiona a cada um de nós a realizarmos a partilha que Deus deseja entre todos nós.

É uma das formas de vivenciarmos a fé pela fé. Realizarmos a partilha acreditando no ato de amor que não espera a retribuição; partilha por amor, obediência por amor, fidelidade por amor, amor por amor, este é o fundamento do dízimo.

(Gênesis 4, 2b-4) “Abel tornou-se pastor de ovelhas e Caim cultivava o solo. Depois de algum tempo, Caim apresentou produtos do solo como oferta a Javé. Abel, por sua vez, ofereceu os primogênitos e a gordura do seu rebanho. Javé gostou de Abel e de sua oferta, e não gostou da Caim e da oferta dele.”

Você já pensou por que Deus agradou-se com uma oferta e não com a outra ?

Deus, onisciente (porque é somente Ele que tudo saber, tudo conhecer) viu o amor em uma oferta e a falta deste amor na outra oferta. Assim também acontece com nosso dízimo, quando o ofertamos a Deus é fundamental que seja com amor.

Não estamos falando de dízimo como “alguns grupos religiosos”, que utilizam argumentos vindos de uma certa “teologia da prosperidade”, onde, sendo fiel, você não terá problemas, não terá doenças, não terá preocupações, viverá na plena prosperidade.

A Igreja Católica Apostólica Romana nunca teve este pensamento da “teologia da prosperidade”, ou se quer, fez esta orientação sobre o dízimo, ela sempre ensinou sobre o dízimo como verdade de obediência à vontade de Deus, para que haja a plena e perfeita partilha entre nós na forma de que reconheçamos as graças que recebemos de Deus e realizemos a oferta do dízimo como forma de agradecimento, de partilha e de sustento para a igreja.

Entre os mandamentos da Igreja também está o dízimo:

1- Participar da missa nos domingos e festas de guarda.
2- Confessar-se ao menos uma vez por ano.
3- Comungar ao menos pela Páscoa da Ressurreição.
4- Jejuar e abster-se de carne, conforme manda a Santa Mãe Igreja
(Catecismo da Igreja Católica, nn 2042 – 2043)
5- Pagar o dízimo conforme o costume.

Oração do dizimista

Senhor fazei com que eu seja um dizimista consciente.
Que cada dízimo que eu der, seja um verdadeiro agradecimento,
um ato de amor, o reconhecimento de sua bondade para comigo,
porque sei que tudo que tenho de bom vem de tí, :
paz, saúde, amor, prosperidade, bens, . . .
Peço a graça de ter sempre uma fé inquebrantável e ser fiel e justo.
Desenvolvei em mim um espírito comunitário para que eu possa
trabalhar no crescimento de minha comunidade.
Que eu seja responsável.
Que eu possa ajuda-la em suas necessidades e na propagação do evangelho.
Ajudai-me a dar com liberalidade e justiça.
Tirai todo o egoísmo do meu coração.
Que eu possa amar cada vez mais o meu irmão.
Quero ser um instrumento de paz e amor em tuas mãos.
Que o meu dízimo seja agradável a ti senhor.

Amém.