Como viver a Semana Santa

Iniciamos a Semana Santa com o Domingo de Ramos na Paixão do Senhor. No sec. IV, em Jerusalém, no domingo antes da Páscoa, celebrava-se uma liturgia que durava todo o dia e que inaugurava o que se conhecia como a “Semana Maior”.
Entramos com o Domingo de Ramos, nesta grande semana para nós católicos. Grande semana, porque “Deus amou de tal modo o mundo, que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16). Vamos ao encontro do Senhor, aclamado com o “Hosana nas alturas” e o seguiremos até o Calvário, onde morto na cruz, Deus o levantará acima de todas as coisas, “para que todos, ao nome de Jesus se ajoelhem nos céus, na terra e nos infernos e toda língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Fl 2, 8-11).
Domingo de Ramos nos introduz nesta proclamação de fé em Jesus Cristo Rei e Senhor. Com os ramos em nossas mãos queremos reafirmar nossa adesão ao Senhor e dizer que Ele pode reinar em nossas vidas. De outro lado, meditando a paixão do Senhor, recordamos que nossos pecados crucificaram o Redentor. Muitas vezes “escolhemos Barrabás e negamos o Senhor em nossas vidas, através das fragilidades quotidianas. Penso, que uma das coisas que devemos fazer, se ainda não o fizemos, seria uma boa confissão Sacramental. Busquemos o perdão de nossas faltas e purifiquemos nosso coração para receber as graças destes dias santos.
Outra atitude, será aquela de entrarmos nos textos litúrgicos desta semana. Os textos da liturgia nos falam do Servo Sofredor e sua fidelidade diante dos sofrimentos e ultrajes. Pelo batismo, nos tornarmos filhos e servos de Deus. Iremos passar por ultrajes e perseguições, mas pedimos a força, de não voltar mais atrás e ser obedientes até o fim de nossos dias nesta terra. Isto, com certeza a custa de muitas cruzes.
A liturgia desta semana nos leva a refletir sobre uma entrega maior e sem reservas, através da unção de Betânia. O episódio da negação de Pedro, revela a fragilidade humana, e a capacidade misericordiosa de Jesus em nos perdoar para que recomecemos.
Podemos aprender nesta semana santa a maior prova de amor de Jesus. No lava pés, aprendemos o serviço humilde e despojado e no alto da cruz, depois de tantos sofrimentos, nosso senhor nos ensina a perdoar nossos aqueles que nos fazem mal.
Neste ano mariano sigamos os passos de Nossa Senhora. No caminho para o Calvário, ela estava acompanhando silenciosamente e interiormente os sofrimentos de seu Filho. A Virgem Maria, medita tudo em seu coração. Medita os mistérios dolorosos de Jesus. Mãe dolorosa, ela toma o filho morto em seus braços. Mãe da esperança, ela aguarda no sábado santo as promessas da ressurreição. No domingo de Páscoa, mesmo não tendo relatos bíblicos, com certeza.
Queremos chegar ao domingo de Páscoa, cantando o aleluia, de nossa libertação. Somos novas criaturas. Cristo nos libertou do pecado. Pela sua cruz temos acesso ao Pai, e o paraíso fechado, abriu-se novamente para nós pelo Sangue do Cordeiro Imolado.
Que o Espirito Santo nos ajude a viver interiormente estes dias da Semana Santa, com respeito, oração e recolhimento. Assim seja!

Por Pe. Carlos Eduardo de Souza Roque